Na nova edição desta rubrica o entrevistado é Hélder Godinho, experiente guarda-redes de 35 anos que tenta colocar invioláveis as redes da baliza do Clube Desportivo Santa Clara, clube da ilha de São Miguel nos Açores. Transferiu-se nesta época para o clube treinado por Luís Miguel proveniente dos romenos do Brasov e neste bloco de perguntas e respostas falou da sua estadia no clube até ao momento e fez também a sua retrospetiva de 2012.
Resta-me agradecer a Hélder Godinho pela sua colaboração e a maior das sortes para o resto da sua época no clube açoriano que, de resto, tenho orgulho em chamar de "clube da terra".
1. Para introduzir as perguntas tenho de lhe pedir que faça um resumo do seu ano futebolístico.
No global acho que está a ser um ano positivo, marcado por algumas fase. Começando pelo início foi um começo de época muito bom com a passagem à
segunda fase da taça da liga. Depois no começo do campeonato também
começamos bem com uma grande vitoria, mas depois atravessamos uma fase
má onde só com muito trabalho conseguimos sair e agora e depois de
nos conhecermos melhor, visto que foi feita uma equipa completamente
nova, estamos muito fortes e coesos.
2. Há muita gente que diz que os Açores são diferentes dos outros
lugares. De alguma forma sentiu essa diferença quando chegou cá para
jogar no Santa Clara?
Visto já ter jogado no Operário há 12 anos atrás não senti qualquer
dificuldade, também porque foi dos sítios mais bonitos que já tive a
oportunidade de conhecer.
3. Sem dúvida que você é um jogador "viajado", já que andou por diversos
clubes e experimentou diferentes culturas dentro do mesmo país. Mas
penso que o mais interessante foi realmente a sua "visita" à Roménia.
Que diferenças encontrou relativamente a Portugal?
Realmente foi a maior experiência da minha vida a todos os níveis,
claro que há diferenças em relação ao nosso pais a nível cultural mas
gostei muito da experiência e não me importava de voltar um dia.
4. Diz-se que guarda-redes é uma posição muito ingrata porque uma
exibição pode ficar estragada num lance infeliz. Concorda? Já sentiu
isso na pele?
Concordo plenamente, é a posição mais ingrata, mas também a mais
aliciante e não a trocava por nada, um guarda-redes nunca ganha um jogo
sozinho, mas aos olhos das pessoas pode perder o jogo sozinho e claro
que já senti isso na pele. É uma coisa de que nunca nos podemos livrar,
mas repito: adoro ser guarda-redes.
5. Como antigo jogador do União de Leiria quais são os sentimentos que lhe despertam por ver o clube na situação que é visível?
É uma situação desagradável, felizmente enquanto jogador da União de
Leiria o clube cumpriu sempre com as obrigações, mas já se comentava que
este podia ser o destino do clube, o que realmente aconteceu, mas sou
grato ao clube e aos seus dirigentes que me deram a oportunidade de
jogar na 1ª Liga.
6. O Santa Clara tem subido pouco a pouca na tabela classificativa.
Acredito que a equipa tem possibilidades de subir de divisão com Luís
Miguel no leme?
Se estamos na situação em que estamos, a 3 pontos da subida, uma grande
parte desse mérito é do mister Luis Miguel. Possibilidades de subir de
divisão temos, mas há também outras 10 equipas que também têm, mas vamos
devagar e tentar o máximo de pontos possíveis e no fim fazemos as contas.
7. O plantel é constituído por alguns açorianos jovens como Hugo Rego e
Minhoca. Acredita que o clube devia apostar nestes jogadores da região,
assim como na formação?
O clube já está a apostar, quando representei o Operário lembro-me que
só havia um açoriano no plantel do Santa Clara que era o Luís Soares,
agora a realidade é diferente e no plantel há 7 açorianos, tudo graças ao mister Luís Miguel e à direcção do clube que estão a fazer um grande
trabalho a esse nível.
8. Tenho ido aos jogos no estádio de São Miguel e, infelizmente, vejo
muito pouca gente. Neste momento justificavam-se casas mais cheias nos
jogos do Santa Clara pelos grandes resultados nas últimas semanas?
É claro que queríamos mais gente no estádio para nos apoiar e ajudar a
ganhar jogos, mas nós estamos a fazer o nosso papel que é ganhar para
podermos trazer mais gente ao estádio.
9. É um guarda-redes muito experiente, de facto. O que tem a dizer aos mais novos que queiram seguir a carreira de guarda-redes?
Primeiro de tudo trabalhar todos os dias para tentar ser melhores e
nunca pensarem que já sabem tudo, eu tenho 35 anos e todos os dias
aprendo mais qualquer coisa, e quero continuar assim para poder ser
melhor.
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