Cada vez mais se tira o rótulo de colosso a certos clubes, tentando aplicar-se a outros clubes pelo poderio que mostra no mercado. Cada vez mais é uma realidade que se aplica, diga-se. Há alguns anos (e mesmo nos dias que correm) era impensável o Zenit ou outro clube russo ser o obreiro daquela que se pensa ser a 5ª maior transferência da história de futebol. Isto porque neste momento fala-se em 60 milhões, uma transferência maior do que a de Figo para o Real Madrid, por exemplo. A verdade é que, como referi doutra forma, os tempos mudam. No mesmo dia Benfica e Porto acumularam 100 milhões de euros nos seus cofres, sendo 60-40 (em percentagem) para os lados da Invicta. Diga-se que até ao temido dia 31 de Agosto os três grandes do nosso futebol não encaixaram isso... nem perto. O futebol dá voltas e voltas, sendo que em poucas horas houveram algumas etapas: a especulação, a ansiedade por parte dos adeptos, a negação e por fim a aceitação aquando do comunicado oficial. Foi assim esta tarde no mundo do futebol português.
Pôde-se verificar que até ao fechado de transferências do mercado inglês (o que tinha mais potenciais compradores de jogadores de Benfica e Porto, falando nos mais cotados como Hulk e Witsel) dragões e águias conseguiram segurar as suas jóias mais valiosas com a excepção de uma. Supostamente os clubes interessados não quiseram cometer loucuras, o que se compreende nos dias de hoje. Não só pela crise que se faz sentir não só no nosso pequeno país, mas especialmente pelo facto de ser mesmo.... uma loucura. Quando as exigências do vendedor são demasiadas desiste-se do objectivo, partindo-se assim para outro alvo, obsessão ou artigo a comprar em leilão. Até dia 31 alguns percalços, dúvidas... mas tudo acabou favorável aos clubes portugueses com as excepções das vendas de Lima, Matías e Javi García, exemplificando. O Porto não vendeu qualquer jogador titular que tivesse uma influência significativa. Vendeu um dos mais queridos para os adeptos, mas isso são pontos completamente diferentes e imparáveis se o jogador não contribui ativamente para a qualidade exibicional do seu clube.
Passou-se o temido deadline day, portanto. Quando tudo se aparentava tranquilo os russos invadiram um dos países outrora mais importantes do mundo em várias formas. Levaram Witsel e Hulk, talvez os dois jogadores mais sondados em alturas de pré-época. No último dia possível para inscrever jogadores nas competições europeias, ora este abalo que fez as placas tectónicas parecerem pequenas. Depois de marcar uma era na cidade do Porto o brasileiro oriundo do Japão deixou uma vaga no ataque portista. Marcou uma era e certamente não será esquecido, assim como Witsel deixou um grande buraco (agora ainda maior) no meio-campo benfiquista. Culpem os russos? Não necessariamente. No futebol cada um faz o que pode para sobreviver aos seus termos.
Cada vez mais se tira o rótulo de colossos a quem tem história, a quem tem um palmarés recheado e a quem fez muito no passado. Hoje em dia manda no futebol quem tem, pode e faz. Dinheiro é a palavra chave, claro está. Cada vez se perdem mais valores, também se tem de dizer. Os tempos mudam e é impossível agora olhar para trás sem ter um sentimento de nostalgia.
Sobre a venda de Witsel, já é outra história com repercussões diferentes para aprofundar posteriormente. Pode-se falar em má gestão, claramente.
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