Pela primeira vez no período de alguns meses, o blog está de volta com o espaço destinado às entrevista. Desta feita com um portista desde pequenino! Eis a sexta edição de "adeptos da bola", com Eduardo Caldeira. Um grande agradecimento ao mesmo por responder a estas perguntas abaixo. Passo ao que interessa:
Nome, idade e
clube.
Eduardo Caldeira, 19
anos, Futebol Clube do Porto.
Qual foi o principal factor que contribuiu para
seres adepto do FC Porto?
Sem dúvida o meu pai.
Mal nasci fez me logo sócio do FCP e começou bem cedo a incutir-me os valores
de um verdadeiro Dragão. Aliás, toda a minha família mais próxima é 100%
portista. Eu, o meu pai e o meu irmão temos todos lugar anual já desde os
tempos do velhinho Estádio das Antas.
Lembras-te do primeiro jogo que foste ver ao antigo
Estádio das Antas?
De ver o jogo em si ao
vivo não me lembro, apenas pelo que o meu pai me disse foi frente ao Chaves, na
época de 1996/1997. Ganhámos por 2-0 com golos do Edmilson e do Zahovic. Já
tive a oportunidade de rever a partida na televisão, o Estádio não estava cheio
mas tinha um ambiente único, característico das Antas. Foi inclusivé a época de
estreia do Jardel de Dragão ao peito, que no seu primeiro ano fez 30 golos!
Apesar de não ter sido perguntado, no Estádio do Dragão fui um dos que esteve
presente na inauguração frente ao Barcelona, a estreia de Messi!
Qual foi a deslocação mais marcante que já fizeste
pelo teu clube, falando do jogo em si?
É bastante difícil
escolher a deslocação mais marcante que fiz pelo FC Porto, mas uma das que mais
me marcou foi sem dúvida a final da Taça Uefa, frente ao Celtic Glasgow. Jogo
impróprio para cardíacos, ambiente fantástico em Sevilha, com os adeptos
escoceses em clara maioria. Apesar de tudo, os Dragões não ficaram nada atrás
no apoio à sua equipa, cantando, gritando, saltando durante os 120minutos de
jogo! Uma final que continuo a ver vezes e vezes sem conta, equipa fantástica,
treinada pelo melhor treinador do mundo. Mais recentemente, tive a oportunidade
de ter assistido ao jogo que deu ao FC Porto o título na Luz, uma partida que
ficará para sempre na minha e na memória de todos os portistas. Eu posso dizer:
estive lá!
Cidade mais interessante que visitaste numa
deslocação pelo Porto.
Normalmente nas
deslocações que faço não dá para ver sequer a cidade, é só mesmo ir para o
estádio e voltar para casa. Valência foi a cidade que mais me prazer deu
visitar, então no Verão é qualquer coisa de fantástico. Uma cidade bastante
bonita, clima fenomenal, pessoas bastante hospitaleiras e com vários pontos de
interesse que merecem ser visitados. Aconselho o Oceanário de lá, que nada tem
a ver com o que estamos habituados no nosso país. É uma verdadeira cidade
dentro da própria cidade, vale bem a pena.
Numa palavra, o que sentes quando estás a apoiar o
teu clube no estádio?
Não consigo exprimir
por palavras o que sinto ao apoiar o meu clube no estádio, é algo que não se
explica, sente-se. No fundo, apoiar a minha equipa no Dragão, ou noutro estádio
qualquer, é como se tivesse cumprido a minha missão. Vivo Porto durante 24h por
dia.
Estás satisfeito, no geral, com as decisões da SAD
do Porto nestes últimos anos?
Quando um clube como o
FC Porto obtém praticamente todos os anos grandes resultados desportivos, até
parece mal dizer que não estou satisfeito com as decisões da SAD azul e branca.
Somos sem sombra de dúvidas o clube português com mais sucesso, o clube que tem
o maior palmarés do futebol nacional. Contudo, há também aspectos negativos na
SAD do FC Porto. As comissões são o maior problema, mas isso é um mal de todos
os clubes de futebol.
Qual achas ser a melhor característica do campeonato português?
A melhor
característica do Campeonato Português são os seus principais clubes
conseguirem comprar por meia dúzia de euros e posteriormente vender por muitos
milhões. Todos os anos há vendas milionárias, principalmente do FC Porto e do
rival SL Benfica. São poucas as equipas que todos os anos conseguem fazer
sempre grandes vendas.
Lá fora, tens alguma preferência?
Em termos de clubes
tenho simpatia pela Lazio, muito por culpa da sua amizade com os SuperDragões,
uma das claques do FC Porto. Já tive o privilégio de ter ido ao Estádio
Olímpico por duas vezes, um ambiente espectacular proporcionado pela curva
laziale. Ainda tenho o sonho de no futuro poder ir ver o “Derby Della
Capitale”. Quanto ao meu Campeonato de eleição é sem dúvida o inglês.
Taticamente falando, gostas do 4-3-3 que se vê no
Porto ou achas que a equipa podia render mais noutro sistema?
Sim, é na minha opinião o sistema que
melhor se ajusta às características do plantel. Concordo que deva haver um
sistema alternativo para eventuais contratempos, mas mudar agora a táctica era
como colocar um ponto final a muitos anos de trabalho. Mesmo com a saída do
Hulk não se deve alterar nada, até porque há vários jogadores que podem fazer a
posição.
Por fim, umas palavras de opinião sobre o blog, caso
queiras.
Um blog com uma
estética simples mas bastante atractiva, óptima escrita e com artigos de
bastante interesse. Aqui vive-se futebol. Apenas tenho um conselho, uma
atualização mais regular poderia colocar este espaço num outro patamar. Um
abraço e continuação de um bom trabalho.
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